Paraísos Tropicais e Cinema: Roteiro pelas Locações do Filme “A Praia” na Tailândia
Poucos filmes capturaram tão bem o espírito inquieto de uma geração de jovens viajantes quanto A Praia (The Beach), lançado no ano 2000 e estrelado por Leonardo DiCaprio. Dirigido por Danny Boyle, o longa é uma adaptação do livro homônimo de Alex Garland e rapidamente se tornou um símbolo de aventura e descoberta pessoal no sudeste asiático. Muito além de seu enredo, o filme se destacou pela forma como retratou a Tailândia: selvagem, exuberante, misteriosa — quase mítica.
A Praia influenciou uma leva de mochileiros nos anos 2000, provocando um verdadeiro “efeito dominó” de turistas em busca da tal praia secreta mostrada na tela. Os cenários paradisíacos capturados pelas lentes do diretor despertaram o desejo de encontrar um pedaço de paraíso escondido, longe das multidões, onde se pudesse viver de forma livre, simples e intensa.
Este artigo propõe um mergulho nesses cenários icônicos do filme, explorando as locações reais na Tailândia que deram vida a essa fantasia cinematográfica. O roteiro vai muito além de belas praias — é uma viagem por paisagens que, mesmo reais, parecem ficção.
O Filme e Sua Ambientação na Tailândia
A Praia conta a história de Richard, um jovem mochileiro americano que viaja à Tailândia em busca de uma experiência mais profunda e autêntica do que os tradicionais pontos turísticos podem oferecer. Em Bangkok, ele conhece um homem misterioso que lhe entrega um mapa para uma ilha secreta — um suposto paraíso intocado. Ao lado de um casal francês, Richard parte em uma jornada arriscada para encontrar esse lugar lendário. Mas, ao chegar lá, o grupo descobre que a utopia esconde tensões e perigos que não haviam sido previstos.
A ambientação do filme é, em muitos momentos, quase um personagem à parte. A Tailândia é retratada de forma hipnótica — com suas florestas densas, praias de areia branca, águas cristalinas e penhascos imponentes. O país se transforma em um palco onde o conflito entre liberdade e ilusão se desenrola, oferecendo um pano de fundo estético poderoso e inesquecível.
O local mais icônico do filme é Maya Bay, na ilha de Koh Phi Phi Leh, que ficou mundialmente famosa após as filmagens. Antes quase desconhecida, a baía foi colocada no mapa do turismo internacional após o sucesso de A Praia. O impacto foi tão grande que, anos depois, autoridades tailandesas precisaram fechar temporariamente o acesso à praia para permitir sua recuperação ambiental. Além de Maya Bay, o filme também inclui cenas em Bangkok e na região de Krabi, consolidando a Tailândia como um destino de sonho para aventureiros.
Locais de Gravação do Filme
Nesta seção, você embarcará em uma jornada pelos locais reais onde A Praia (2000) foi filmado, conectando cada destino a cenas inesquecíveis do filme. Além disso, exploraremos a importância histórica e cultural desses lugares, ofereceremos dicas para uma experiência imersiva para fãs, destacaremos mudanças nos locais desde as filmagens e compartilharemos curiosidades sobre a produção. Cada destino é descrito para transportar você ao universo do filme, tornando sua viagem uma homenagem à aventura de Richard.
Bangkok – O Ponto de Partida
– Khao San Road: A vibrante rua de mochileiros
A icônica Khao San Road é onde Richard (Leonardo DiCaprio) chega logo no início do filme (A Praia, 2000, início do filme). É nessa rua caótica e vibrante que ele conhece Daffy, o homem perturbado que lhe entrega o mapa para a praia secreta. A cena, ambientada em meio ao caos urbano, mostra hostels baratos, bares barulhentos e o fluxo ininterrupto de mochileiros — uma representação fiel da energia do local. Embora algumas cenas possam ter sido filmadas em locais substitutos em Krabi, como Maharat Road, Khao San Road é o epicentro real dos mochileiros em Bangkok e um ponto de partida ideal para sua aventura.
Hoje, Khao San Road mantém sua fama como um hub de viajantes. Além da vida noturna efervescente, há mercados de rua com comidas exóticas, tatuagens temporárias e lojas de souvenires. Durante o dia, explore mercados de rua com roupas, souvenirs e pratos tailandeses como pad thai e mango sticky rice. À noite, a rua ganha vida com bares e clubes, perfeitos para sentir a vibração que inspirou Richard. Para os fãs do filme, caminhar por ali é reviver a adrenalina da chegada à Tailândia, com a promessa de aventura pairando no ar.
O que fazer: Saboreie comida de rua, explore lojas e mergulhe na vida noturna.
Dicas: Cuidado com golpes comuns, como táxis superfaturados ou guias não oficiais. Negocie preços e mantenha seus pertences seguros. Visite durante a noite para capturar a energia do filme.
Importância cultural: Khao San Road é um símbolo da cultura mochileira global, atraindo viajantes desde os anos 1980.
– Wat Arun (Templo do Amanhecer): Um marco cultural
Embora não apareça em A Praia, Wat Arun é um ícone de Bangkok que complementa sua visita e é um local que representa o espírito da viagem que Richard desejava: místico, histórico, visualmente impactante. Conhecido como o “Templo da Aurora”, está localizado às margens do rio Chao Phraya e é famoso por suas torres decoradas com porcelanas chinesas, que brilham ao pôr do sol. Sua arquitetura reflete a espiritualidade tailandesa, com torres que simbolizam a ascensão ao céu.
O que ver: A arquitetura detalhada e as vistas do rio ao entardecer.
Conexão com o filme: Wat Arun evoca o espírito aventureiro de explorar uma cultura rica, contrastando com a modernidade caótica de Khao San Road, preparando você para a jornada rumo ao “paraíso”.
Dica para fãs: Visite ao pôr do sol para fotos deslumbrantes e sinta a conexão com a Tailândia que inspirou a narrativa do filme.
Ilhas Phi Phi – O Paraíso Proibido
– Maya Bay (Koh Phi Phi Leh): A praia icônica do filme
Maya Bay é o cenário principal de A Praia, onde Richard, Françoise e Étienne encontram a comunidade secreta vivendo em um paraíso aparentemente perfeito. A primeira aparição da praia (por volta do minuto 53 do filme) — com penhascos que a cercam como muralhas — é uma das cenas mais marcantes. A baía, com suas areias brancas, águas turquesa e falésias imponentes, aparece em cenas cruciais: a chegada dramática após a natação perigosa, a vida comunitária sob o comando de Sal (Tilda Swinton) e o clímax tenso do filme. A beleza quase surreal de Maya Bay tornou-a um ícone cinematográfico, mas também trouxe desafios ambientais.
Após o sucesso do filme, Maya Bay se tornou um dos destinos turísticos mais desejados do mundo, mas essa fama trouxe sérias consequências ambientais. A superlotação danificou corais e a vida marinha, forçando o governo tailandês a fechar temporariamente a baía em 2018. Após anos de reabilitação, a reabertura em 2022 veio acompanhada de regras rígidas: limite de visitantes, proibição de nadar e desembarque controlado por passarelas flutuantes. Para fãs, visitar Maya Bay é como entrar no filme, mas exige respeito às diretrizes de preservação.
O que fazer: Faça um passeio de barco a partir de Phuket ou Krabi, pratique snorkeling em áreas próximas e tire fotos da baía.
Dicas: Chegue cedo (logo após a abertura, às 7h) ou no final da tarde para evitar multidões. Siga as regras de sustentabilidade, como não tocar nos corais.
Curiosidade: Durante as filmagens, palmeiras foram importadas para “aperfeiçoar” a praia, gerando polêmica ambiental. A entrada da lagoa foi alterada digitalmente para parecer mais inacessível.
Impacto ambiental: O overturismo pós-filme danificou corais e a fauna local, mas a recuperação trouxe de volta tubarões e recifes.
– Koh Phi Phi Don: A ilha principal para hospedagem
Enquanto Maya Bay é inabitada, Koh Phi Phi Don é onde estão hospedagens, restaurantes e agências de turismo. No filme, a ilha não aparece com destaque, mas é o ponto de apoio essencial para visitar Maya Bay.
Hoje, Phi Phi Don é conhecida tanto por suas festas animadas quanto pelas trilhas que levam a mirantes com vistas estonteantes. A influência do filme é visível nos inúmeros pacotes turísticos que promovem “o tour de A Praia”.
Atividades: Suba ao mirante para vistas panorâmicas, participe de festas na praia ou mergulhe nos recifes de coral.
Curiosidade: O turismo em Phi Phi Don cresceu exponencialmente após A Praia, transformando-a em um destino animado, mas também reforçando a necessidade de turismo sustentável.
Dica para fãs: Explore Long Beach ou Loh Dalum Bay para praias menos lotadas que ecoam a estética do filme.
Krabi e Outras Locais
– Bamboo Island (Ko Mai Phai): O acampamento antes do paraíso
Bamboo Island, ou Ko Mai Phai, é um local de filmagem menos conhecido de A Praia. No filme, é aqui que Richard, Françoise e Étienne acampam na noite anterior à natação perigosa até a ilha secreta. As cenas mostram o grupo em uma praia tranquila, planejando o próximo passo sob as estrelas. Hoje, Bamboo Island é um destino popular para passeios de um dia, com praias de areia branca e águas cristalinas.
O que fazer: Relaxe na praia, pratique snorkeling e aproveite a tranquilidade.
Conexão com o filme: Reviva o momento de antecipação do filme, imaginando-se acampando antes de uma grande aventura.
Dica: Inclua Bamboo Island em um tour que passe por Phi Phi, disponível a partir de Krabi ou Phuket.
– Railay Beach: Cenário de falésias e águas cristalinas
Railay Beach, embora não confirmada como local de filmagem, é incluída por sua semelhança com a estética de paraíso intocado de A Praia. Acessível apenas por barco, Railay é cercada por falésias de calcário, perfeitas para escalada, e praias serenas como Railay West e Phra Nang. Sua beleza evoca o isolamento e a maravilha que Richard busca no filme.
O que fazer: Escalda rochas (um dos melhores destinos do mundo para isso), pratique caiaque ou relaxe na praia.
Conexão com o filme: A sensação de isolamento e beleza natural de Railay reflete o “paraíso proibido” do filme.
Dica para fãs: Visite Phra Nang Cave, uma caverna sagrada, para uma experiência cultural única.
– Phuket: Base para explorar ilhas próximas
Phuket não aparece diretamente em A Praia, mas desempenhou um papel importante nas filmagens do filme. O On On Hotel em Phuket Old Town foi usado para as cenas internas do hotel onde Richard se hospeda em Bangkok, com filmagens noturnas no quarto 204. Surin Beach serviu para cenas de planejamento e vida em cabanas, embora retratada como Ko Samui no filme. Além disso, Ao Po Pier aparece quando os viajantes embarcam para a ilha secreta. Phuket é uma base logística ideal para explorar as ilhas próximas.
Sugestões: Faça um passeio à James Bond Island na Baía de Phang Nga, famosa por 007: O Homem com a Pistola de Ouro (James Bond Island). Visite mercados como o Walking Street Market em Phuket Town para culinária local. Explore o mercado noturno de Phuket Town, visite templos como Wat Chalong e faça tours ecológicos pelas ilhas menos conhecidas.
Curiosidade: O On On Hotel, agora chamado The Memory at On On, mantém seu charme histórico e é uma atração para fãs do filme (On On Hotel).
Dica para fãs: Hospede-se no On On Hotel para uma conexão direta com o filme.
Alternativas Sustentáveis às Ilhas Superlotadas
Para evitar multidões e apoiar o turismo responsável, considere:
Koh Lanta: Praias extensas e uma atmosfera relaxada, ideal para quem busca tranquilidade (Koh Lanta).
Koh Yao Noi: Uma ilha autêntica entre Phuket e Krabi, com vilarejos tradicionais e paisagens intocadas.
Koh Kradan: Conhecida por suas águas cristalinas e praias desertas, perfeita para mergulho e relaxamento.
Roteiro Sugerido
Para explorar os principais locais de A Praia — Bangkok, Phuket, Krabi e as Ilhas Phi Phi — e incluir alternativas sustentáveis como Koh Lanta, recomendamos 8 a 10 dias. Esse período permite vivenciar cada destino sem pressa, equilibrando deslocamentos, passeios e tempo para relaxar nas praias paradisíacas. Se você tiver menos tempo, é possível condensar o roteiro para 6 dias, focando em Bangkok, Phuket e Phi Phi, mas isso pode limitar a experiência em locais menos turísticos.
Aqui está um roteiro de 8 dias, organizado geograficamente para minimizar deslocamentos e maximizar sua conexão com o filme:
Dia 1: Bangkok
Chegue a Bangkok e explore Khao San Road, o ponto de partida de Richard. Caminhe pela rua à noite, saboreie comida de rua e sinta a energia mochileira. Hospede-se próximo a Khao San para conveniência.
Dia 2: Bangkok
Visite Wat Arun ao pôr do sol para vistas deslumbrantes e um mergulho na cultura tailandesa. Explore mercados locais como Chatuchak (se for fim de semana) e finalize com um jantar às margens do rio Chao Phraya.
Dia 3: Phuket
Pegue um voo matinal para Phuket (1h15 de duração). Visite o On On Hotel em Phuket Old Town, onde cenas do hotel de Richard foram filmadas. À tarde, relaxe em Surin Beach, usada para cenas de cabanas. Hospede-se em Phuket.
Dia 4: Phuket e Phang Nga Bay
Faça um passeio de barco para James Bond Island e outras ilhas na Baía de Phang Nga, que complementam a estética de A Praia. À noite, explore o Walking Street Market em Phuket Town.
Dia 5: Ilhas Phi Phi
Pegue um ferry de Phuket para Koh Phi Phi Don (1h30–2h). Hospede-se em Phi Phi Don e explore a ilha, subindo ao mirante ou relaxando em Long Beach. Prepare-se para visitar Maya Bay no dia seguinte.
Dia 6: Ilhas Phi Phi e Maya Bay
Faça um passeio matinal a Maya Bay em Koh Phi Phi Leh, cenário principal do filme. Reserve um tour cedo para evitar multidões e siga as regras de sustentabilidade. À tarde, pratique snorkeling ou visite Bamboo Island, usada em cenas de acampamento.
Dia 7: Krabi e Railay Beach
Pegue um ferry para Ao Nang, em Krabi (45min–1h). Visite Railay Beach, acessível por longtail boat, e aproveite escalada ou caiaque em meio às falésias. Hospede-se em Ao Nang ou Railay.
Dia 8: Koh Lanta ou Retorno
Para uma experiência sustentável, pegue um ferry para Koh Lanta (1h–2h) e relaxe em suas praias tranquilas. Alternativamente, retorne a Phuket para um voo noturno a Bangkok ou seu próximo destino.
Dicas Práticas para a Viagem
Planejar uma viagem inspirada em A Praia é mergulhar em um roteiro que combina a emoção de revisitar cenários cinematográficos com a descoberta da vibrante cultura tailandesa. Esta seção oferece um guia prático para organizar sua aventura pelos locais de filmagem do filme, com sugestões de duração, roteiro otimizado, melhor época para visitar, transporte, cuidados culturais, itens essenciais, orçamento, documentação e aplicativos úteis. Tudo pensado para tornar sua experiência imersiva, acessível e inesquecível, seja você um viajante econômico ou em busca de conforto.
Melhor Época para Visitar
A melhor época para visitar a Tailândia, incluindo Bangkok, Phuket, Krabi e Phi Phi, é de novembro a fevereiro, durante a estação seca. As temperaturas variam entre 25°C e 32°C, com céu claro e pouca chuva, ideal para passeios de barco e visitas a praias como Maya Bay. Março a maio é a estação quente, com temperaturas acima de 35°C, mas ainda viável para quem tolera calor. Evite a estação chuvosa (junho a outubro), quando monções podem dificultar deslocamentos e fechar atrações como Maya Bay devido a mares agitados.
Transporte
Dentro das cidades/ilhas:
– Bangkok: Use tuk-tuks (negocie preços, cerca de 50–100 THB por corrida curta), táxis com taxímetro ou aplicativos como Grab. O BTS Skytrain e MRT são eficientes para áreas centrais. Barcos no rio Chao Phraya são ótimos para Wat Arun (15–20 THB).
– Phuket: Alugue scooters (200–300 THB/dia) para mobilidade ou use songthaews (ônibus compartilhados, 30–50 THB). Táxis e Grab são opções, mas mais caros.
– Krabi e Phi Phi: Longtail boats conectam praias e ilhas (100–300 THB por trecho). Em Phi Phi Don, caminhe ou use barcos para deslocamentos curtos. Em Ao Nang, tuk-tuks e scooters são comuns.
Entre cidades/ilhas:
– Voos internos: Voos de Bangkok para Phuket ou Krabi custam 1.000–3.000 THB (ida, 1h–1h30) com companhias como Thai Airways, AirAsia ou Bangkok Airways. Reserve com antecedência para economizar.
– Ferries: De Phuket a Phi Phi Don, ferries custam 400–800 THB (1h30–2h). De Phi Phi a Krabi (Ao Nang), 400–600 THB (45min–1h). De Krabi a Koh Lanta, 500–1.000 THB (1h–2h). Compre ingressos em agências locais ou via 12Go Asia.
– Ônibus/Vans: De Bangkok a Krabi ou Phuket, ônibus noturnos custam 600–1.200 THB (8–12h), mas voos são mais rápidos e confortáveis.
Cuidados Culturais
Respeite a cultura tailandesa para uma experiência harmoniosa:
Templos (como Wat Arun): Vista roupas que cubram ombros e joelhos (sarongues estão disponíveis para aluguel, 20–50 THB). Retire os sapatos antes de entrar, evite apontar os pés para imagens de Buda e mantenha silêncio.
Etiqueta local: Evite tocar a cabeça das pessoas, um gesto considerado desrespeitoso. Sorria e seja educado, mesmo ao negociar preços. Não critique a monarquia, pois é um assunto sensível.
Praias e ilhas: Siga as regras de preservação em Maya Bay (sem lixo, sem tocar corais). Respeite os moradores locais, muitos dos quais dependem do turismo sustentável.
O que Levar
Embale leve para facilitar deslocamentos entre ilhas: roupas leves e confortáveis (camisetas, shorts, vestidos), traje de banho, chapéu ou boné, protetor solar biodegradável (essencial para proteger corais), sapatos confortáveis para caminhadas (como em Phi Phi Don), sandálias para praias, uma capa de chuva leve (mesmo na estação seca) e um adaptador universal (tomadas tipo A/B, 220V). Leve uma bolsa à prova d’água para passeios de barco e uma garrafa reutilizável para reduzir o uso de plástico. Para templos, inclua um lenço ou sarongue. Uma mochila pequena é ideal para passeios diurnos, e não esqueça medicamentos pessoais e repelente.
Orçamento
Para uma viagem econômica, espere gastar cerca de 1.500–2.500 THB (US$ 45–75) por dia por pessoa, cobrindo hospedagem, alimentação, transporte local e atrações. Para uma experiência confortável, planeje 3.000–5.000 THB (US$ 90–150) por dia. Aqui está uma estimativa fluida: em Bangkok, hostels em Khao San Road custam 300–600 THB por noite, enquanto hotéis 3 estrelas, como o On On Hotel em Phuket, saem por 1.000–2.000 THB. Em Phi Phi Don, bangalôs econômicos custam 500–1.200 THB, e resorts confortáveis, 2.000–4.000 THB. Alimentação é acessível: uma refeição de rua (pad thai, som tam) custa 40–80 THB, e um jantar em restaurante, 150–300 THB. Passeios de barco para Maya Bay ou James Bond Island custam 800–2.000 THB, incluindo almoço. Ingressos para Wat Arun são 50 THB, e atividades como snorkeling ou escalada em Railay variam de 300–1.500 THB. Transporte local (tuk-tuks, ferries) custa 50–300 THB por trecho, e voos internos, 1.000–3.000 THB por trecho. Com planejamento, uma viagem econômica mantém você imerso no universo de A Praia, enquanto um orçamento confortável adiciona conveniências como hotéis melhores e tours privativos.
Documentação
Passaporte: Válido por pelo menos 6 meses a partir da entrada.
Visto: Brasileiros podem ficar até 90 dias sem visto para turismo (entrada por via aérea) ou 60 dias (via terrestre), conforme isenção renovada em 2024. Verifique atualizações no site da Embaixada da Tailândia.
Seguro viagem: Altamente recomendado, cobrindo saúde e cancelamentos (média de US$ 20–50 para 10 dias). Hospitais na Tailândia são de qualidade, mas caros sem seguro.
Vacinas: Nenhuma é obrigatória, mas recomenda-se estar em dia com febre amarela (exigida se vier de áreas endêmicas), hepatite A e tétano. Leve o certificado internacional de vacinação para febre amarela, caso aplicável.
Aplicativos Úteis
Grab: Para táxis e tuk-tuks em Bangkok e Phuket, com preços transparentes.
12Go Asia: Para reservar ferries, voos internos e ônibus com antecedência.
Google Maps: Útil para navegar em Bangkok e Phuket, embora menos preciso em ilhas.
XE Currency: Converta THB para sua moeda em tempo real.
Thai Travel Tools: Informações sobre ferries, clima e atrações na Tailândia.
Maps.me e AllTrails: Mapas offline para Phi Phi e Krabi, onde o sinal pode ser fraco.
Agoda e Booking (hospedagem)
Rome2Rio (planejamento de rotas e transportes).
Comunidades Alternativas e Vibes de Mochileiro
A essência de A Praia está na busca por um estilo de vida alternativo, representado pela comunidade secreta que Richard (Leonardo DiCaprio) encontra em Maya Bay. Essa utopia, inspirada no romance de Alex Garland, reflete o desejo de muitos viajantes dos anos 1990 por experiências autênticas, longe do turismo de massa. Embora a comunidade do filme seja fictícia, sua inspiração vem de subculturas reais de mochileiros que, nas décadas de 1980 e 1990, buscavam paraísos intocados na Tailândia, como as ilhas Phi Phi antes da fama. Essas comunidades, muitas vezes temporárias, formavam-se em praias remotas, onde viajantes trocavam o conforto por simplicidade, vivendo em bangalôs rústicos e compartilhando histórias sob as estrelas. A Khao San Road, retratada no filme, era o epicentro dessa vibe, um ponto de encontro para sonhadores em busca de algo além do convencional.
Hoje, encontrar comunidades alternativas na Tailândia requer sair dos roteiros turísticos tradicionais. Em Koh Phangan, além das famosas Full Moon Parties, há retiros espirituais e comunidades de yoga, como o The Sanctuary, que oferecem meditação, detox e workshops de sustentabilidade. Em Chiang Mai, no norte, o vilarejo de Pai atrai viajantes com sua atmosfera boêmia, feiras de artesanato e cafés veganos, evocando a busca por autenticidade do filme. Para experiências mais isoladas, Koh Lanta abriga eco-vilas como The Living Farm, onde você pode aprender permacultura e viver em harmonia com a natureza. Outra opção é participar de retiros em Koh Yao Noi, que combinam práticas budistas com imersão cultural, perfeitos para quem deseja refletir como os personagens de A Praia.
Essa busca por experiências fora da curva, no entanto, exige uma reflexão sobre turismo consciente. O impacto de A Praia em Maya Bay, que sofreu com o overturismo até seu fechamento temporário em 2018, é um lembrete dos limites do turismo desenfreado. Viajar como mochileiro significa respeitar as comunidades locais, apoiar negócios sustentáveis e deixar um impacto positivo. Antes de se juntar a um retiro ou visitar uma praia remota, pesquise sobre as práticas éticas do local e evite contribuir para a exploração ambiental ou cultural. A verdadeira vibe de mochileiro está em encontrar equilíbrio: viver a aventura de Richard, mas com responsabilidade para preservar os paraísos que ainda existem.
Informações Adicionais para uma Experiência Imersiva
Importância histórica: As Ilhas Phi Phi foram impactadas pelo tsunami de 2004, que destruiu partes da região, mas a recuperação destacou a resiliência da natureza e da comunidade local. Wat Arun, por sua vez, é um símbolo da herança budista tailandesa, datando do século XVII.
Mudanças nos locais: Maya Bay agora opera com acesso controlado, com no máximo 300 visitantes por hora e proibições de atividades que prejudicam o meio ambiente. O On On Hotel foi renovado, mas preserva sua arquitetura colonial.
Curiosidades sobre as gravações: Além das palmeiras importadas em Maya Bay, a produção enfrentou críticas por nivelar partes da praia. O filme também usou efeitos digitais para tornar a lagoa de Maya Bay mais dramática, reforçando a ideia de um “paraíso inacessível”.
Experiências Inspiradas no Filme
Para vivenciar a essência de A Praia, vá além dos locais de filmagem e mergulhe em experiências que capturam o espírito de aventura, descoberta e conexão com a Tailândia. Essas atividades, inspiradas no filme, permitem que você sinta a emoção de explorar ilhas, saborear a culinária local e contribuir para a preservação dos cenários que tornaram o filme icônico.
– Passeios de barco para ilhas menos conhecidas
Assim como Richard navegou até a ilha secreta, embarque em passeios de barco para destinos menos turísticos. De Phuket ou Krabi, visite Koh Hong, com suas lagoas escondidas e falésias dramáticas, ou Koh Rok, conhecida por águas cristalinas e corais intocados. Esses passeios, disponíveis via agências locais ou plataformas como 12Go Asia, custam cerca de 1.000–2.500 THB e incluem snorkeling e almoço. Para uma experiência autêntica, opte por barcos longtail operados por locais, que oferecem uma conexão mais íntima com o mar. Chegue cedo para evitar multidões e imagine-se desbravando um paraíso como no filme.
– Culinária tailandesa
Vibrante e rica em sabores, reflete a energia da Tailândia retratada em A Praia. Experimente o pad thai, um prato de macarrão de arroz frito com camarão, frango, tofu ou vegetais, misturado com ovo, broto de feijão, amendoim triturado e um molho agridoce de tamarindo, disponível em barracas de Khao San Road por 50–80 THB. O curry verde (kaeng khiao wan), cremoso com leite de coco, frango ou vegetais, pimenta verde e manjericão tailandês, é picante e servido em restaurantes de Phuket ou Phi Phi por 100–200 THB. O tom yum goong, uma sopa picante de camarão com capim-limão, pimenta, galanga e suco de limão, combina frescor e ardência. O som tam, salada crocante de mamão verde ralado com tomate, amendoim, pimenta e molho de peixe, custa 40–80 THB e é refrescante e picante. No norte, o khao soi, com noodles em curry cremoso coberto por noodles crocantes, servido com frango ou carne bovina, é um destaque. Para sobremesa, o mango sticky rice, arroz glutinoso com manga fresca e leite de coco adoçado, é irresistível por 50–100 THB. Para uma imersão cultural, faça um curso de culinária em Chiang Mai ou Krabi (800–2.000 THB), aprendendo a equilibrar os sabores doce, salgado, azedo e picante que definem a culinária tailandesa.
– Preservação ambiental
O impacto ambiental de A Praia em Maya Bay destaca a importância de viajar com propósito. Participe de limpezas de praia organizadas por ONGs como Trash Hero, que atua em Koh Lanta, Phi Phi e Krabi. Essas atividades gratuitas, anunciadas em redes sociais ou hostels, permitem que você contribua para a proteção dos ecossistemas marinhos enquanto conhece outros viajantes. Outra opção é apoiar projetos de conservação de corais, como os da Marine Conservation Thailand em Koh Tao, onde você pode aprender sobre restauração de recifes por 1.500–3.000 THB. Essas ações conectam você à mensagem do filme sobre os limites da exploração de paraísos naturais, tornando sua viagem mais significativa.
Estendendo o Roteiro Pela Ásia
A jornada de A Praia não precisa terminar na Tailândia. Outros destinos asiáticos oferecem cenários tropicais, praias intocadas e vibes cinematográficas que ecoam o espírito do filme. Aqui estão sugestões de países e locais para estender sua aventura, criando uma jornada pessoal digna de um roteiro de Hollywood.
– Indonésia (Bali, Nusa Penida): Bali combina espiritualidade e praias deslumbrantes, como Uluwatu, com falésias que lembram Railay Beach. Em Nusa Penida, a Kelingking Beach é um paraíso isolado com areias brancas e águas turquesa, evocando Maya Bay, mas com menos turistas. Explore templos como Pura Lempuyang e participe de retiros de yoga para uma experiência introspectiva. De Bali, pegue um ferry para Nusa Penida (30min, 100.000–200.000 IDR). A vibe mochileira de Canggu, com cafés e surf, complementa a busca por autenticidade de A Praia.
– Filipinas (Palawan, Siargao): Palawan é um arquipélago de ilhas que parece saído de um sonho, com El Nido oferecendo lagoas escondidas e falésias semelhantes às de Phi Phi. Faça um island-hopping tour (1.200–2.000 PHP) para praias como Nacpan, que rivalizam com a ilha secreta do filme. Em Siargao, a meca do surf, Cloud 9 e praias como Pacifico atraem viajantes em busca de simplicidade e aventura. Voos de Manila para Palawan ou Siargao custam 2.000–5.000 PHP, e a atmosfera descontraída das Filipinas é perfeita para uma jornada cinematográfica.
– Vietnã (Baía de Ha Long): A Baía de Ha Long, Patrimônio Mundial da UNESCO, é um labirinto de ilhas cársticas e águas esmeralda, reminiscentes da Baía de Phang Nga. Faça um cruzeiro de 1–2 dias (2.000.000–5.000.000 VND) para explorar cavernas e vilarejos flutuantes, sentindo-se como um explorador em um cenário épico. Combine com uma visita a Hoi An, uma cidade histórica com lanternas coloridas e praias tranquilas, para um toque cultural. Voos de Bangkok para Hanói custam 2.000–4.000 THB.
Criando uma jornada cinematográfica pessoal: Para transformar sua viagem pela Ásia em uma narrativa digna de A Praia, planeje um roteiro que combine aventura, introspecção e conexão cultural. Comece na Tailândia, explorando os locais do filme, depois siga para Nusa Penida, na Indonésia, para praias isoladas, e termine em Palawan, nas Filipinas, para uma imersão em ilhas intocadas. Documente sua jornada com um diário ou vídeos, capturando momentos como um pôr do sol em Bali ou um cruzeiro em Ha Long. Participe de atividades locais — como aulas de culinária no Vietnã ou surf em Siargao — e busque experiências autênticas, como ficar em homestays ou conversar com moradores. Mantenha o turismo consciente em mente, escolhendo operadores sustentáveis e respeitando os ecossistemas. Sua jornada será não apenas uma homenagem ao filme, mas uma história única que reflete sua própria busca por paraísos e significados.
E Se Você Encontrasse um Mapa Para um Paraíso Secreto…?
Mesmo mais de duas décadas após seu lançamento, A Praia continua ecoando nas mochilas, nos sonhos e nas conversas de quem busca mais do que um destino: um sentido, uma experiência que transforme. O filme não apenas apresentou paisagens paradisíacas — ele traduziu um desejo coletivo de romper com a rotina, de viver algo autêntico, de encontrar um lugar onde o mundo parece ainda intocado.
Mas a realidade é que, hoje, poucos lugares permanecem realmente “escondidos”. A popularidade do filme atraiu milhares de visitantes aos mesmos cenários, e o que era uma fantasia de isolamento rapidamente se tornou um alerta sobre os impactos do turismo em massa. Maya Bay, por exemplo, teve que ser fechada por anos para se recuperar da superexploração causada justamente por esse fascínio coletivo.
E aqui está o ponto: a beleza continua existindo, mas ela exige cuidado. O verdadeiro paraíso não está apenas em ilhas distantes, mas na forma como nos aproximamos delas — com consciência, respeito e sensibilidade. Viajar não precisa ser sobre “descobrir” algo novo, mas sim sobre se reconectar com o que é essencial.
Então, se um dia você encontrasse um mapa indicando um paraíso secreto… você iria?
Talvez a resposta não dependa só da vontade de ir, mas da disposição de fazer isso de forma diferente. De seguir os rastros do filme, sim, mas com passos mais leves, que deixem mais aprendizado do que pegadas.
Crie seu próprio roteiro de A Praia. Troque o isolamento pela conexão verdadeira. Troque o paraíso idealizado por experiências reais — mais imperfeitas, mais humanas, mais intensas. E, acima de tudo, caminhe com o respeito que lugares assim merecem.